Os cheiros também contam a história da humanidade

Cheirinho de terra molhada, de bolo da avó e de café fresquinho. Os cheiros estão tão conectados a nossa existência, que muitas vezes não damos conta de sua influência. Por ser considerado um sentido menor, o olfato foi ignorado durante séculos, sendo esquecido na terceira posição de importância dos sentidos pelo filósofo René Descartes.

A visão se tornou o sentido mais relevante quando os seres humanos começaram a andar com duas pernas, o que fez o olfato ver seu prestígio despencar. Naquele momento os olhos eram o guia mais apropriado à nova realidade. Apesar disso, alguns cheiros ainda incomodavam, principalmente, os dejetos.

Alguns costumes foram criados para disfarçar odores

Durante o século XIV os animais dividiam o mesmo espaço com a espécie humana, dito isso cavalos, porcos, bodes e galinhas desfilavam livremente pelas ruas, o que causa odores fortes e indesejados. Porém, os animais tiveram que ser banidos das cidades por questões sanitárias.

Também não podemos esquecer que o conteúdo das latrinas era eliminado pelas janelas. Por isso, na França do século XVII os moradores eram incentivados a cultivar jardins para minimizar os cheiros desagradáveis que vinham dos animais e dos detritos humanos.

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Até a tradição de carregar um buque no dia do casamento tem relação com o mau cheiro, uma vez que servia para a noiva disfarçar o próprio odor do noivo. Aliás, o hábito de tomar banho regularmente se consolidou somente em meados do século XIX.

Os cheiros que marcam presença

Nos últimos anos os perfumes ficaram mais fortes, isso acontece por causa da “economia da atenção”, explica um pesquisador. Os indivíduos escolhem os cheiros para deixar uma impressão pessoal, também é uma forma de sinalizar sua presença no mundo.

À vista disso, o Brasil é um dos países que mais gasta com perfumes, tanto que em 2010 alcançamos o primeiro lugar no ranking. Sendo que sua importância é maior nas regiões norte e nordeste. Mais uma vez a questão cultural está presente nesse dado. Pois, nessas regiões o perfume é um indicativo de ascensão social.

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